segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Conflito de Gerações

           Hoje, em 22 de agosto de 2011, o psicólogo Alexandre Staerke, ministrou uma palestra sobre Conflito de Gerações no INSS.

            Ao se falar em gerações tem-se por princípio o reconhecimento de que há diferenças que existem e que se apresentam por meio do tempo. Viver em um dado periódo da história e não em outro; ou viver em um dado lugar do planeta não em outro implica naturalmente uma diferença de experiências e de influências culturais e locais que sem dúvida produzem sua diferença na marca de produção do sujeito.
          Antes de se pensar em conflito de gerações, como o entendemos dentro da família, como divergência de atuação na realidade e no mundo, devemos pensar na diferença que existe, naturalmente, quando duas pessoas se associam afetivamente para construir uma relação amorosa. Ali, existem, duas pessoas com histórias famíliares diferentes, e que apesar, das similaridades e afinidades, possuem em algum grau valores e visões de mundo distintas. São estas visões distintas que podem causar tensão na relação ao produzir uma desigualdade. Afinal, dentro de uma perspectiva de amor romantico, a relação que da certo é aquela em que nos sentimos um com o outro. Baseado nesta perspectiva cultural do amor, temos que, uma vez representada a diferença, emerge a sensação de fracasso da produção deste amor idealizado, o que inevitavelmente produzem desconforto e crise.
           A fase da paixão é aquela em que projetamos no outro a ideia de Outro ideal, um outro em que cremos que irá nos suprir e entender e nos amar como ninguem. Nesta fase sem perceber fazemos vistas grossas as diferenças. E tudo aquilo que incomoda do outro é percebido como secundário e passageiro. O tempo, contudo, amigo da verdade, mostra com a convivência que aquilo que parecia passageiro pode ser algo permanente, pelo menos até ali, na forma de viver e lidar com a vida. Aquele que era o amor perfeito parece começar a mostrar-se com fissuras. Fissuras, estas, que podem levar a desilusão e ao termino da relação. Porém, para aqueles que entendem a relação humana como experiencia para crescimento e transformação, entendem que a desilusão é necessária, afinal quem se desilude estava iludido e vivia uma fantasia. E aquele que quer amar precisa aprender a apreciar e gostar do outro como ele é e não como eu gostaria que ele fosse. Gostar do outro é gostar da diferença e suportar aquilo que não me agrada porque me poêm em cheque na minha forma de ver o mundo. Amar exige em sua condição deixar de ter uma relação narcisica e egoíca do mundo e poder perceber que o mundo é como um  caledoscopio, possue várias cores, formas e expressões. Amar e apreciar e aceitar. Ser ético é como dizia Voltaire: "Posso não concordar com uma só palavra que tu dizes, mas defenderei de dizê-la até o fim."

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